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Impactos no Abastecimento Alimentar no Brasil em 2025: Riscos, Produtos Afetados e Medidas de Prevenção


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O abastecimento de produtos alimentícios no Brasil enfrenta desafios significativos em 2025, impulsionados por fatores climáticos, econômicos, geopolíticos e logísticos. Este artigo analisa as principais notícias recentes que apontam para possíveis impactos no suprimento de alimentos, identifica os produtos mais afetados, os preços que tendem a subir e os itens em risco de escassez, além de oferecer estratégias práticas de prevenção para consumidores e produtores.


Principais Fatores que Afetam o Abastecimento Alimentar

1. Eventos Climáticos Extremos

Eventos climáticos como o El Niño e o La Niña continuam a impactar a produção agrícola no Brasil. As fortes chuvas no Rio Grande do Sul em 2024, associadas ao El Niño, comprometeram safras importantes, enquanto o La Niña trouxe condições adversas para culturas como o café. Secas severas e queimadas afetaram pastagens, reduzindo a produção de carne e leite. A estiagem no segundo semestre de 2024 elevou os custos de produção, especialmente para gado, devido à necessidade de ração suplementar e irrigação.

2. Alta do Dólar e Exportações

A desvalorização do real frente ao dólar, que subiu 27,34% em 2024, tornou as exportações mais lucrativas para produtores brasileiros. Commodities como soja, café, carne e milho estão sendo priorizadas para o mercado externo, reduzindo a oferta interna e elevando preços. A dependência de insumos importados, como fertilizantes e trigo, também aumenta os custos de produção, impactando produtos derivados, como pães e massas.

3. Gripe Aviária e Restrições às Exportações

Um surto de gripe aviária no Rio Grande do Sul levou mais de 30 países, incluindo China e União Europeia, a restringirem importações de produtos avícolas brasileiros. Isso pode aumentar a oferta de frango no mercado interno, reduzindo temporariamente seus preços, mas também compromete a balança comercial, afetando a entrada de dólares e, indiretamente, os preços de outros alimentos.

4. Esvaziamento dos Estoques Reguladores

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) enfrenta dificuldades para recompor estoques reguladores de grãos como arroz, feijão e milho, que foram praticamente zerados em gestões anteriores. Em 2023, a Conab recompôs apenas estoques de milho, deixando arroz, feijão, café, mandioca e trigo em níveis críticos. Essa falta de estoques contribui para a volatilidade de preços, especialmente em momentos de quebra de safra.

5. Novas Regras Antidesflorestação da União Europeia

O Regulamento Europeu para Produtos Livres de Desflorestação (EUDR), que entra em vigor em 30 de dezembro de 2024, pode limitar exportações brasileiras de produtos como café, cacau, soja e carne, devido a exigências de rastreabilidade. Isso pode causar escassez de certos produtos na Europa, elevando preços globais, enquanto no Brasil pode aumentar a oferta interna temporariamente, mas com risco de aumento de preços a longo prazo devido à redução de divisas.

Produtos Mais Afetados e Impactos nos Preços

Produtos em Risco de Escassez

  • Café: A produção nacional de café deve cair 4,4% em 2025 devido a condições climáticas adversas e problemas logísticos em outros países produtores, como o Vietnã. A saca de café arábica subiu 29,3% em Nova York em janeiro de 2025, com impacto direto no preço do café moído (alta de 8,6%) e do cafezinho (2,7%).

  • Laranja e Tangerina: A doença do greening, aliada a secas e calor, reduziu a produção de laranja-lima (+91,03%), laranja-pera (+48,33%) e tangerina (+74,24%) em 2024, com tendência de continuidade em 2025.

  • Arroz e Feijão: A falta de estoques reguladores e a priorização de exportações aumentam o risco de escassez. O arroz subiu 10,32% e o feijão carioca 15,27% em 2024, com preços ainda pressionados.

  • Leite e Derivados: Secas e queimadas reduziram pastagens, elevando o custo de produção. O leite longa vida subiu 18,83% em 2024, e a tendência é de alta contínua.

Produtos com Preços em Alta

  • Carnes: A estiagem afetou pastagens, reduzindo o peso do gado e aumentando preços, com alta de 20% em 2024. A exportação de carne também contribui para preços elevados no mercado interno.

  • Hortifrúti In Natura: Tomate (+31,71%) e cenoura (+56,83%) sofreram com eventos climáticos extremos, como chuvas e secas, com tendência de alta em 2025.

  • Pão e Massas: A dependência de trigo importado, cotado em dólar, eleva os preços de derivados como pão francês, macarrão e biscoitos.

  • Óleo de Soja: Apesar de quedas em 2023, o preço do óleo de soja voltou a subir, alcançando R$ 9 a R$ 10 em 2025, devido à exportação e custos logísticos.

Medidas de Prevenção para Consumidores e Produtores

Para Consumidores

  1. Compre Produtos da Safra: Frutas, verduras e legumes da estação, como abacate (janeiro a agosto), são mais baratos e abundantes. Verifique calendários de safra regionais.

  2. Planeje Compras com Listas: Faça listas de compras para evitar gastos impulsivos e priorizar itens essenciais.

  3. Aposte em Circuitos Locais: Compre em feiras livres e diretamente de pequenos produtores para reduzir custos com intermediários.

  4. Estoque Estratégico: Considere estocar produtos não perecíveis, como arroz e feijão, quando os preços estiverem mais baixos, mas evite exageros para não pressionar a demanda.

Para Produtores e Governo

  1. Recomposição de Estoques Reguladores: A Conab deve priorizar a compra de arroz, feijão e outros grãos para estabilizar preços.

  2. Incentivos à Agricultura Familiar: Ampliar linhas de crédito, como o Pronamp e o Renovagro, e oferecer assistência técnica para pequenos produtores de alimentos essenciais.

  3. Investimentos em Logística: Melhorar sistemas de armazenamento e transporte para reduzir perdas de alimentos in natura e custos logísticos.

  4. Monitoramento de Preços: Estabelecer diálogo com produtores e varejistas para evitar repasses excessivos e promover feiras para circuitos curtos de comercialização.

  5. Adaptação às Regras da UE: Investir em rastreabilidade e certificações para atender ao EUDR, garantindo acesso ao mercado europeu e evitando perdas econômicas.


O abastecimento alimentar no Brasil em 2025 enfrenta riscos significativos devido a eventos climáticos, alta do dólar, restrições internacionais e falta de estoques reguladores. Produtos como café, laranja, arroz, feijão, carne e leite estão entre os mais vulneráveis, com preços em alta e risco de escassez. Consumidores podem mitigar impactos comprando produtos da safra, planejando compras e apoiando circuitos locais, enquanto o governo e produtores devem focar na recomposição de estoques, incentivo à agricultura familiar e melhorias logísticas. A adoção dessas medidas é essencial para garantir a segurança alimentar e reduzir a pressão inflacionária no país.




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